Competências futuras para a Indústria de Papel
Química : a base do processo produtivo
No último número da revista Pasta e Papel refletimos sobre o tema Competências e Qualificações no Setor da Pasta e Papel, afirmando que a nossa indústria está num profundo processo de mudanças,
para o qual será necessária a atualização da oferta de educação e formação, assegurando que, no futuro, o setor possa dispor de uma mão-de-obra suficientemente qualificada, com as competências e
qualificações adequadas.
Voltamos a este tema publicando, no atual número, o interessante estudo Competências Futuras para a Indústria de Papel elaborado pela CEPI e pela IndustriAll Europe, que apresenta um conjunto de
recomendações de políticas que devem contribuir para uma estratégia de competências mais abrangente na Europa, de modo a assegurar que o sector do papel europeu disponha, no futuro, de uma mão-deobra suficientemente qualificada. Estes parceiros sociais europeus apelam aos decisores políticos para :
• Promover a adaptabilidade e a versatilidade da mão-de-obra
• Concentrar-se na melhoria da qualificação e na aprendizagem ao longo da vida
• Facilitar a mobilidade dos trabalhadores
• Antecipar futuras necessidades de competências
• Criar condições para uma orientação de qualidade
• Aumentar a sensibilização e a atratividade do sector
• Fornecer um balcão único para uma Estratégia Europeia de Competências coerente
Se, na realidade, estamos no início de uma Quarta Revolução Industrial, onde as competências, incluindo as denominadas softs skills, e os postos de trabalho futuros estão no cerne da transformação da indústria e da transição da bio economia na Europa, não podemos esquecer, ao mesmo tempo, o papel fundamental que a Química, sempre em evolução e inovação, continua a ter no processo produtivo
da pasta e do papel, obrigando ao seu necessário e atualizado conhecimento.
Desde a separação da celulose, hemicelulose e lenhina, passando, entre outros, pelos processos químicos do cozimento, pela recuperação de produtos químicos, pela caustificação e forno de cal, até ao branqueamento, no processo de fabricação de pasta e, depois, no fabrico de papel, a começar pela equilibrada utilização de aditivos (colagem, cor, impermeabilização, resistências em húmido e mecânica,
opacidade, transparência, brilho, brancura, anti espumas, slimicidas, etc), tendo muitas vezes que considerar o revestimento e a colagem superficial, passando, outras vezes, pela reciclagem e finalizando nos tratamentos da água e dos efluentes, os produtos químicos são sempre utilizados, carecendo de um profundo conhecimento da sua química.
Por essa coexistência, neste número da nossa revista dedicamos, também, algumas páginas à utilização da química em diferentes fases do processo.
Presente e futuro que mostram que o tema das competências e qualificações é fundamental, a fim de manter a competitividade e oferecer locais de trabalho atraentes e oportunidades de desenvolvimento de carreira para os trabalhadores da indústria de pasta e de papel, sendo impossível estes alhearem-se do conhecimento da química que percorre todo o processo produtivo.
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